quinta-feira, 26 de julho de 2007

As Relíquias Mortais


Recorde total e absoluto: 608 páginas em menos de 48 horas. Doeu um pouco. Os olhos ardiam. As duas jornadas diárias desse meio tempo foram duras. Mas valeu a pena. E como valeu. Rowling conseguiu colocar um ponto final de ouro aos sete volumes que nos transportam ao universo pelos olhos de Harry Potter.

Rowling finalizou a saga do bruxinho (que, neste volume, não tem nada mais de bruxinho) como se propôs a fazê-lo desde o primeiro volume. Foi fiel ao fio condutor que estabeleceu para toda a estória sem “temer” a reação dos fiéis leitores. Tenho certeza que tais reações serão as mais diversas, entretanto ninguém vai poder dizer que ela não foi coerente.

O livro é mais sombrio. Pudera, com o grande número de mortes e torturas que recheiam os 36 capítulos. O amadurecimento do trio protagonista é notável. O destaque, claro, é Hermione e a solução que ela encontrou para deixar seus pais seguros no mundo trouxa. Até Rony nos presenteia com algumas tiradas realmente muito surpreendentes (mas logo volta ao normal).

As mortes pré-anunciadas são realmente emocionantes. Na verdade até aquelas tidas como secundárias também mexeram comigo. Mas tem muito mais: casamento, nascimento, brigas, reconciliações, seqüestros, fofocas, beijos, batalhas e, acima de tudo, várias surpresas. Tudo muito intenso, como eu esperava de Rowling.


Bom, com o recorde de leitura que me refere lá no começo, acabei me criando um enorme problema: Não tenho com quem comentar o livro! AHHHHHH! Resultado. Quem não quiser saber mais sobre “As Relíquias Mortais” aviso que se despeça do post por aqui, ou aceite as conseqüências e não me perturbe depois, combinado?

Listo aqui o que eu menos gostei e o que mais amei no livro (sem ordem de preferência, ok?). Quem realmente quiser ler, é só selecionar o texto com o mouse (ainda dá tempo de desistir, viu?).

Poderia ser diferente:

* O tão esperado beijo do Rony e da Hermione podia ter sido em outra hora e outro local não? No meio da batalha, rápido e corrido, com o Harry os observando impacientemente enquanto pensa no que ainda precisa ser feito. Sem condições. Fiquei com a impressão de que a Rowling terminou o livro e alguém perguntou “e o beijo, não vai sair?”. Aí ela bateu com a palma da mão na testa e encaixou-o onde daria menos trabalho reescrever.
* A morte de Remo e Tonks. Sei lá. Precisava matar os dois. Acho que um só bastava para ilustrar a intensidade da batalha. Assim pareceu o início de mais um ciclo com um órfão mestiço que perdeu os pais para salvar a comunidade bruxa daquele-que-não-deve-ser-nomeado.
* Senti falta também de um encontro de Harry com seu afilhado. Nem mesmo um pensamento de Harry sobre a Criança... Poxa, os pais do guri morrem e ele nem se lembra que ficou com um afilhado órfão?!
* O livro está enorme, eu sei. Mas não me importaria de ler mais algumas páginas se elas me dessem todos os detalhes sortidos das punições sofridas pelos Malfoys e por Bellatrix por sua eterna falta de sorte em manter Harry capturado e quietinho.
* O Neville ficou muito de lado nesse livro. Tudo bem que tudo girava em torno da missão de Harry, Rony e Hermione, mas senti falta do “quase-escolhido”. Gosto dele, uai!
* Fred Weasley sempre foi um gaiato, mas ele merecia uma morte menos “acidental”. Algo mais nobre ou heróico. Um duelo ou coisa parecida, mas uma parede? Fala sério!
* E vamos combinar? O epílogo me decepcionou bastante. Dezenove anos depois? Que sem graça!


O que eu amei muito-prá-caramba-demais-a-beça:


* De Rony para Draco: “And that’s the second time we’ve saved your life tonight, you two-faced bastard!” U-HUUUU!!!! Show de bola!
* Molly para Bellatrix: “NOT MY DAUGHTER, YOU BITCH!” U-HUUUU de novo!!!! Eu sabia que havia algo mais legal reservado para Molly do que ficar fazendo malabarismo com panelas!
* Potterwatch, o programa de rádio da resistência foi muuuuito legal. Pena que só teve um...

* Harry mais adulto do que adolescente é realmente apaixonante.
* A descrição da família Weasley em volta do corpo de Fred ao fim da batalha também está incrível. Jorge agachado... snif, snif...
* O Lorde das Trevas voando também foi muito f***! Super-mega-hiper demonstração de recuperação de poder!
* ‘Bellatrix’ dando “bom dia”!!!! HAHAHAHA! Só Hermione mesmo!
* Todas as pontas soltas espalhadas desde a Pedra Filosofal sobre Severo Snape foram muito bem amarradas. Pra mim Snape se mostrou o bruxo mais humano – ou melhor, “trouxa” - de todos, mais até do que o próprio Harry: confuso, ciumento, atormentado, arrependido e tudo mais.

* Augusta Longbottom. A ranzinza e exigente avó paterna do reprimido Neville foi simplesmente nota 10: além da coragem de já se expor partidária da Ordem abertamente no Profeta Diário, a doce vovó mandou Dawllish para o St. Mungos (esse também, só se ferra, coitado...) e apareceu para lutar em Hogwarts como se fosse um passeio dominical. Para mim ela podia até ter sido nomeada Ministra da Magia!
* Por último, as provocações de Voldemort para Rony na tentativa de evitar a destruição do medalhão. Muito sinistras.... Achei que ele ia amarelar e o raio da Horcrux só seria destruída no final do livro. Ufa... Deu arrepio...