sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

E a Furiosa arrepiou!


Tudo bem, tudo bem. Aqui no perfil ao lado diz que sou mangueirense. E sou! Adoro a verde-e-rosa de todo o meu coração. Mas acima de tudo sou carioca e amo o samba em si antes de qualquer coisa. E por isso não escondo que alimento um respeito sem fim por algumas outras agremiações como Império Serrano, Acadêmicos do Salgueiro, Estácio de Sá, União da Ilha e Portela. São escolas que têm por tradição, além da tradição em si obviamente, uma incontável lista de desfiles memoráveis e sambas que são cantados até hoje.

Há muito tempo os sambas-enredo se transformaram em uma sequência de palavras que são colocadas juntas para dizer desesperadamente tudo o que o enredo pede. O ritmo então nem se fala... Acelerado em excesso, parecendo mais marchas do que sambas. Mas 2009 mostrou que há luz no fim do túnel. Mesmo não sendo perfeitos, no carnaval deste ano reinaram impávidos dois sambas-enredo: Portela e Salgueiro.

Pelo terceiro ano consecutivo o samba da Portela é de autoria de Diogo Nogueira, Ciraninho e cia. Não sei se por influência do DNA dos Nogueiras, mas os últimos sambas portelenses têm tido uma cadência mais melodiosa e as letras voltaram a ter mais poesia como um bom samba deve ter. Quer um exemplo?

“São vinte e uma estrelas que brilham no meu olhar
Se eu for falar da Portela não vou terminar
Lá vem minha águia no céu da paixão!
O azul que faz pulsar meu coração!”
Assim, lamento imensamente as duas notas 9,8 mais injustas de 2009: para a bateria e para o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela. Em cada um dois quesitos, três jurados concederam notas 10 e um deu apenas 9,8. Esses quatro décimos não levariam o campeonato para Madureira mas dariam um honroso vice-campeonato para os digníssimos seguidores da águia que fizeram um desfile muito mais apaixonante do que a então hegemônica Beija-Flor de Nilópolis.

Quanto ao Salgueiro... Ah! O Salgueiro! Foi o primeiro samba de 2009 que eu escutei e na hora eu vi que daria caldo:

“Vem no tambor da academia
Que a furiosa bateria vai te arrepiar
Repique, tamborim, surdo, caixa e pandeiro
Salve o mestre do Salgueiro!”
Um samba forte que dizia a que vinha e que exaltava aquele sem o qual o carnaval brasileiro simplesmente não existiria: o Tambor. Nada de enredos complicados cheios de palavras diferentes que dão a impressão de que o carnavalesco só quer se exibir vomitando sua cultura superior à nossa, réles mortais (por exemplo: “o mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-anu”, “Cana caiana, cada roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco, quero vê descê o suco na pancada do ganzá”, ou “Catarina de Médicis na corte dos Tupinambôs e dos Tabajéres”). Simples assim: O Tambor. Genial! O samba pegou de prima, o carnavalesco elaborou e executou um desfile fantástico e a escola brilhou cantando e contagiando a todos durante cada um dos 82 minutos de desfile. Não tinha como ser diferente: Salgueiro – com a sua tijucana Furiosa – campeão do carnaval 2009!
 
Ah! E já ia esquecendo: Salve a Ilha do Governador!!!

Quanto riso! Oh, quanta alegria!

Sambista que sou, eu adoro carnaval. E estou feliz da vida com a retomada do carnaval de rua carioca. A palavra retomada reflete bem o que quero dizer porque me refiro a vários aspectos do clima que assola a cidade neste período. Gosto de ver gente na rua, a qualquer hora do dia ou da noite. Gosto de ver gente simpática na rua, ‘brincando’ o carnaval e ‘brincando’ umas com as outras, como amigos de infância. Gosto de gente fantasiada, seja esta improvisada na última hora ou cuidadosamente elaborada nas últimas semanas. Gosto da música no ar e da batucada em cada esquina. Gosto da variedade de opções em todo canto da cidade.

Mas não estou aqui para bancar a cega. Tem muito ‘senão’ nesta estória. Não gosto do crescente número de gente mal educada que precisa estar bêbada para se divertir (e ainda se orgulha de alardear que bebeu desde as 9 da manhã), que joga lixo no chão e que urina nas ruas. Não gosto de gente forçando beijo em uma tosca imitação ao costume banal típico de micaretas. Não gosto de ouvir funk atravessando a batida do samba enquanto ritmistas descansam. Não gosto do excesso de ambulantes atravancando a minha evolução. Detesto aquela espuma nojenta que insistem em vender no carnaval

Durante todo o carnaval, muito se falou que a prefeitura não ‘controlou’ o carnaval de rua. Na minha opinião nunca vai conseguir. Os grandes problemas são originados pela falta de educação dos pseudofoliões e a prefeitura não tem efetivo para re-educar gente mimada e sem noção. Um sujeito de 23 anos declarou ao O Globo (edição de ontem) ter tomado 32 latas de cerveja apenas durante a manha da segunda-feira de carnaval. Esse energúmeno vai se preocupar em procurar um banheiro químico? Claro que não. Ele precisava mesmo tomar 32 latas de cerveja em 4 horas para brincar uma manhã de carnaval? Claro que não (duvido que ele goste mais de cerveja do que eu)! Mas esse é o perfil de moças e rapazes que se multiplica a cada carnaval e que faz com que a cidade pareça um banheiro público de quinta categoria.

Isso tudo embaça e muito o brilho do carnaval de rua. Eu ainda acho que vale a pena montar sua agendinha e curtir os blocos Rio afora. Esse ano eu presenciei o crescimento da quantidade de famílias inteiras que pulavam juntas. Muitas, muitas crianças. O que eu mais quero é poder continuar a colocar meu bloco na rua com todo orgulho. Mas algumas atitudes precisam partir da própria população. Pra começar listo duas regras que eu mesma sigo em dias de folia:
- bebo menos por vários motivos: por segurança, para precisar ir ao banheiro o menos possível e para não ter sono no meio da tarde e perder a folia da noite.
- não compro bebida de ambulantes que forçam passagem no meio do bloco. Escolho sempre aquele que se posiciona na margem e ali fica sem incomodar ninguém.

Torço que o debate tão demandado sobre esse tema seja levado a sério pela sociedade e pela prefeitura e que soluções aplicáveis sejam encontradas. Pela perenização do bom carnaval de rua para os cariocas de bem.

PS: (1) Vale a pena conferir a ótima análise da Cora aqui. (2) A foto é da fotogaleria do jornal O Dia, publicada em 21/02/09 na sua versão online.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Índia é logo ali...

E não é que depois de 500 anos, o Ocidente descobriu finalmente o caminho para as Índias, ou melhor, para a Índia? Via satélite ora! Lembro-me quando, há aproximadamente 10 anos, um professor na faculdade fez questão de destacar que a maior indústria cinematográfica do mundo não era a norte-americana, mas a indiana. Ele ressaltou que seria difícil o mundo se tocar disso porque a maioria dos filmes seria um tanto ‘caricato’, refletindo muito intensamente a cultura local. Assim, as estórias, as comédias ou mesmo os conflitos ali retratados não fariam muito sentido para os estrangeiros e o sucesso de Bollywood estaria fadado aos limites fronteiriços da terra de Gandhi.

Não foi muito depois disso que o estilo indiano de ser começou vazar para o Ocidente. Lembro do sucesso que fizeram o filme Um Casamento à Indiana de 2001 e a comédia Driblando o Destino de 2002, que revelou a linda Parminder Nagra para viver a Dr. Neela de E.R. E isso porque eu nunca pesquisei muito o assunto e só assisti esses dois porque zapeava despretensiosamente.

No Brasil a onda agora é separar parentes, amigos e colegas de trabalho entre brâmanes e dalits. O brasileiro virou especialista em cultura indiana desde o início da novela Caminho de Índias. E a Portela usou o Taj Mahal para ilustrar sua exaltação ao amor durante o seu carnaval. Salve a globalização!

Na premiação do Oscar não foi diferente. Mesmo sem a influência de Glória Perez, Quem quer ser um milionário arrebatou sete estatuetas e a Índia ainda levou um oitavo prêmio com Smile Pinki. Parece que até o Primeiro-Ministro se manifestou a respeito! Eu ainda não assisti tal fenômeno cinematográfico, mas deve ter seu valor e o farei em breve.

O restante da noite de entrega dos prêmios da Academia não foi tão surpreendente. Pelo que eu havia lido antes da premiação, ganharam os favoritos na maioria das categorias. Pessoalmente prefiro Anne Hathaway à Kate Winslet, mas acho que a Academia a fará ralar um pouco mais antes de lhe dar um Oscar. Mas na minha humilde opinião, o grande injustiçado da noite foi a animação Wall-E por não ter levado os prêmios de mixagem e edição de som. Criar TODA a ambientação sonora para um filme quase sem diálogos foi um trabalho simplesmente irretocável e me deixou de queixo caído.

No mais, mil vivas a Hugh Jackman – o homem que deu um ar de contemporaneidade e sofisticação à cerimônia do Oscar brilhando tanto quanto o orgulho do povo indiano e quase ofuscando os demais superstars. É bom ver que temos um artista mais que completo por trás de um personagem tão sombrio quanto o bom e velho Wolverine.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Twestival Rio de Janeiro


Chegou a hora!
Amanhã é dia de TWESTIVAL no mundo inteiro e no Rio também!

Data: 12/02 (quinta-feira) 
Horário: das 19h às 23h 
Local: Anexo Rio Bar Carioca - Rua do Ouvidor, 77 - Centro 
Pacote especial para o Twestival Rio:
Rodízio de pizza com refrigerante e água por R$ 25
Chopp duplo por R$ 2,90 
A casa doará R$ 3 por pessoa que comparecer ao evento
Som do DJ Leonardo Paiva e seu Rádio Modices

Não preciso mais de você

No último dia 05, o O Globo publicou em sua versão eletrônica uma entrevista com o psicólogo Flávio Gikovate por ocasião da publicação do seu livro “Uma nova visão do amor”. Resumindo o já resumido, o psicólogo afirma que “só será feliz no amor aquele que se libertar do seu ideal romântico” e que “o amor se funda da aproximação de duas individualidades e não na sua fusão”. 

O que eu costumo dizer em conversas com amigos é que nossa geração é uma geração de mimados. Ou as coisas são do jeito que queremos ou simplesmente não são. Lidamos assim com muitas coisas, incluindo o casamento. Se não temos as deliciosas aventuras das comédias românticas que vemos na TV, partimos para outra. Diversas vezes já ouvi pessoas que tenho na mais alta conta falando de algum defeito do amado como algo que virá a mudar em breve. “Aos poucos eu vou conversando com ela e um dia a gente muda isso” foi o que ouvi uma vez. Esse namoro, propriamente dito, não durou mais do que três meses. Somos uma geração de separados e, como somos OS descolados, chegamos ao ponto patético e deprimente de celebrar a separação (se não acredita, veja aqui). 

Não que eu concorde com o senhor Flávio Gikovate em tudo, até porque não li o livro, mas a questão da aproximação das individualidades ficou martelando na minha cabeça. Ele contradiz a máxima dos opostos que se atraem e afirma que um relacionamento tem mais chances de dar certo se maiores forem as afinidades de caráter, gostos, interesses e projetos de vida. Isso faz um pouco de sentido porque na prática, fatalmente chegará um dia em que um não renunciará mais seus interesses em favor do outro – somos uma geração de mimados, como eu falei há pouco. O que nos atraía, no final nos irrita e aborrece. Então nada melhor do que estar com alguém que curta as mesmas coisas, que pense parecido. 

Partindo das afinidades, o “querer estar junto” vem fácil. Não é só o arrepio da espinha que passa com uma semana de joguinhos de conquista que não são mais mistério para ninguém. É a vontade da companhia divertida, do pensamento encadeado, de novos pontos de vista para um velho assunto. Acaba o era do “eu preciso de você” ou “eu não existo sem você” e inicia-se a dinastia do “estou com você porque gosto e porque quero, não porque preciso”. Perceberam o quanto isso é libertário? É o fim da fatídica metade. Não se procura mais por alguém que nos complete, mas alguém que nos complemente. Assim, posso encher o peito e alardear que não sou mais uma 1/2 laranja, como dizia Fábio Jr., e melhor: eu não mereço nada menos do que simplesmente um amor que seja bom pra mim, à la Roberto Frejat.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Touchdown!!!!!

Mesmo quem não leu o perfil, ali ao lado, deve ter reparado que, como vira e mexe eu comento alguma coisa sobre football, é porque devo gostar da tal bola oval sendo jogada com as mãos pelos norte-americanos. Pois é. E hoje foi dia de nada mais, nada menos que o Super Bowl XLIII! Arizona Cardinals contra Pittsburgh Steelers em Tampa Bay City, na Flórida. Meu primeiro Super Bowl ao vivo foi o de número 41, há dois anos, quando torci ardentemente para o Chicago Bears que perdeu para o Indianápolis Colts de Peyton Manning e Cia. Hoje enxergo melhor as jogadas e curto muito mais o jogo. E que jogo, senhoras e senhores! O Metalúrgicos de Pittsburgh eram os claros favoritos, não só pela campanha durante a temporada de 2008 mas também pela tradição do clube que jogou sua sétima final buscando o hexacampeonato.

No primeiro quarto do jogo parecia que tal favoritismo estava confirmado. Mas o que vale pro futebol daqui, também vale pro football de lá: jogo se ganha dentro das quatro linhas e o segundo quarto foi dominado pelos valentes Cardeais. A segundos do fim do segundo quarto do jogo veio uma das jogadas mais sensacionais que eu já assisti: o Cardinals estava a uma jarda do touchdown e sofreu interceptação do digníssimo James Harisson que retornou 100 jardas (pouco mais de 90 m) para marcar para o Steelers. O cara - grande pra caramba e que não é atacante - roubou a bola a menos de 30 cm da própria end zone e correu o campo inteiro para pontuar. Segundo a ESPN, o maior retorno de interceptação para touchdown de toda a história do Superbowl. Fim do primeiro tempo: Steelers 17 x 7 Cardinals.

O show do intervalo é praticamente incomentável, se é que existe essa palavra. Com 24 minutos de duração (o intervalo de um jogo da temporada regular dura apenas 12 minutos), assistimos a um impecável show de organização. Podemos falar o que quisermos dos americanos, mas eles entendem de entretenimento. O palco é montado e desmontado durante o intervalo e o show do artista dura em média 12 minutos. Já passaram por ali Elton John, Paul McCartney, Rolling Sotnes, Prince e outros monstros sagrados da música mundial. Esse ano foi a vez de "The Boss" Bruce Springsteen e sua E Street Band. Foram 4 musiquinhas, incluindo Working in a Dream e fechando com Glory Days perfeitamente sincronizados com fogos de articício de arrepiar.

Antes do jogo eu achava que ia dormir no intervalo, perto de 23:30... Ledo engano.

Sobre o segundo tempo eu não vou conseguir escrever a altura. Foram duas viradas de jogo, a menos de 3 minutos do final da partida. O Cardinals virou para 23 x 20, com recepção e corrida de Larry Fitzgerald - novo recordista de TDs na pós temporada - e o Steelers marcou o touchdown do título menos de 2 minutos depois, com uma jogada fantástica do "Big" Ben Roethlisberger para um preciso Santorio Holmes (eleito o MVP da partida), e fechando em 27 x 23 seu 6o. título em um Super Bowl. O que me impressiona é como um jogo pode ser tão emocionante considerando a frieza com que os quarterbacks têm que jogar até o último segundo. Muitos passes certeiros e recepções perfeitas. Show de jogo, torcida, transmissão, tudo. O triste é ter que esperar até setembro para a nova temporada...

PS: Sobre os comerciais mais caros do mundo, aos quais eu me referi antes, eles já estão disponíveis no site da NFL, aqui.

Updates às 23:00 :
- Discurso do quarterback Kurt Warner do Cardinals sobre a derrota: "Estou orgulhoso do nosso time. Talvez seja por isso que não me sinto tão mal pela derrota. Esses caras superaram as expectativas de todos e foi muito divertido jogar ao lado deles. Tiro meu chapéu para os Steelers. Eles fizeram jogadas sensacionais... Eles venceram. Não fomos nós que perdemos." Quando eu crescer quero ser superior assim que nem ele!
- Galeria de fotos, cortesia da Globo.com, aqui.
- Já asssiti aos comerciais. Meus preferidos são os da Pepsi (alguns), Doritos (quase todos), Pedigree, Monster.com, Audi (com o Jason Statham), Careerbuild.com, Cars.com e o da Sobe com os jogadores. Tenho que reconhecer que o da - errr - Bridgestone, com o casal Sr. e Sra. Batata, também é muito bom. Ah! E também tem o trailer de "Monters vs Aliens" que é hilário e tem 1:30min (lembrem-se: 30s = USD 3 MI). Vocês acham que são muitos os preferidos? No site na verdade são quase 80 comerciais com os filmes deste e do SB XLII. Mas pra mim deu empate na escolha do number 1: esse e esse. Que irônico...