segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Não há combinação de palavras
Nem certas nem erradas
Elas fogem, escapam
Pelo canto da boca
Pelas pontas dos dedos
Pela tangente dos olhos
O dia é cheio e a alma parece vazia
O hoje passa tórrido, longe da dádiva, do presente que o presente deveria ser
O pensamento está nos números
Nos prazos
No amanhã
Na distância
O que eu preciso fazer?
O que estou fazendo?
Quando isso vai passar?
Quero calma
Quero colo
Quero controle do meu presente
Quero uma inspiração
Mas existe a inspiração
Mais presente que nunca

Mais intensa do que nunca
Crescendo a cada instante no presente e no futuro
Mas ela foge, some, esconde-se entre tantos problemas cotidianos, pequenos e mesquinhos

que travam minhas viagens e delírios e palavras
E, por acaso, vem outra inspiração

Com a Inspiração do passado
Que, com sua lembrança, traz uma alegria perene
Preenche o peito
Conforta a alma
Reforça os sonhos e a vontade de realizá-los
Porque ComInspiração temos vida
Temos poesia
Temos música
Temos a praça (“que é do povo como o céu é do condor”) e o teatro e a marquise
Temos o que quisermos por nos temos dentro de nossos corações
Além e ainda, hoje temos, cada um, outras inspirações
Mas memórias comuns que nos revitalizam, nos fortalecem e, principalmente,
Continuam a nos inspirar

E lá se vai mais um dia... Tudo é uma questão de manter: a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo... Pega, esse meu ombro, rega, se adormecer eu sei que o sono passou a perna... Deixando a profundidade de lado, eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia, fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia... Vem que eu digo que estou morto pr’esse triste mundo antigo, que meu porto meu destino meu abrigo, são teu corpo amante amigo em minhas mãos... Tudo o que move é sagrado e remove as montanhas com todo cuidado meu amor... Se você vier até onde a gente chegar, numa praça na beira do mar, num pedaço de qualquer lugar... Talvez você prefira Léo e Bia, talvez eu não devesse nem tentar, mas se eu não fizesse quem faria essa canção pra poder te contar?

Meus queridos
ComInspiradores, é um prazer enorme tê-los de volta à minha vida!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Aí eu me pergunto

Saí da sala de cinema ao terminar o Cálice de Fogo já pensando não só como será a versão cinematográfica da Ordem da Fênix mas também já nas Crônicas de Narnia. É mole? E desde então passei a me perguntar qual seria o porquê dessa minha fascinação pelo mundo fantástico. Basta olhar no perfil aí do lado e você saberá exatamente a que me refiro ao conferir a minha lista de preferidos, sejam os livros ou os filmes. São muitas histórias que falam de magia, mitologia, batalhas medievais, outros mundos.

O que isso tudo quer dizer? Que vivo fugindo da realidade? Que sonho demais? Que tive uma infância altamente influenciada pela imaginação, ou o contrário, que não tive infância? É... Definitivamente não sou boa em auto-análise. Sei não, mas acho que não é nada disso (não consigo sequer participar de promoções do tipo “responda que mágica você faria em si mesmo e por quê?”). Acho que o que o me impressiona de verdade é a tal da imaginação. O poder da imaginação pura e aplicada. É admirar a capacidade criativa das mentes por trás das idéias. Fico horas pensando de onde saem as inspirações para nomes e cenários e magias e tramas e sabe-se lá mais o quê. Acho que por isso gostei tanto de Em Busca da Terra do Nunca, que mostrou as conexões entre o cotidiano de um homem e a grande obra que ele criou a partir de gestos e atitudes basicamente banais. Talvez porque me considere a menos criativa das criaturas, sei lá. Invejinha, quem sabe?

Se esse monte de imaginação e fantasia é uma coisa boa ou ruim? Também não sei. Alguns vão dizer que se trata de mais uma forma de fazer o povo não pensar ou coisas “verdadeiramente” importantes. Outros vão dizer que o mundo precisa é de mais gente com fantasia e imaginação na cabeça e no coração. Eu prefiro me juntar a estes, em busca de autores e cineastas que nasceram com uma farta porção Atreiú dentro de si, dispostos a defender a Imperatriz Criança e o reino de Fantasia da ameaça do Nada. Let the magic begin!

Finalmente Harry

Demorei mas acho que já dá pra falar do Cálice de Fogo sem a empolgação inicial que, muito provavelmente, me faria ser odiada por todos aqueles que ainda não viram o filme ou pior, não leram o livro. Basta dizer uma coisa: duas vezes. Fui ao cinema duas vezes pra assistir à minha aventura preferida do bruxinho. O livro é grande mas é intenso, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, muitas conexões se revelando, mocinhos e vilões novos surgindo. O filme é acelerado, dinâmico, envolvente. Não consigo nem dizer se quem não leu os livros ficou perdido, como alguns releases divulgaram... O filme leva em conta a trama principal, o Torneio Tribruxo e o encontro tão esperado entre Harry e, errrr, Você-sabe-quem. O restante foi cortado sem dó nem piedade. Como esse é meu capítulo preferido da saga, senti falta de quase tudo (exceto da chatice do F.A.L.E.) e achava que deveria haver uma versão super-mega-hiper estendida em DVD o quanto antes. Mas acho que vou ficar na vontade... Bom, justiça seja feita e tenho que dar a mão à palmatória: nunca mais falo mal do Ralph Fiennes. Simplesmente fantástico. Agora é começar mais uma contagem regressiva e, enquanto isso, que venham As Crônicas de Narnia.