domingo, 9 de julho de 2006

Acabou!

Acabou a Copa. Não tive coragem de escrever nada por aqui antes. Não queria parecer agourenta. O fato é que, fã de futebol, é claro que eu ansiava um super-mega-hiper-blaster espetáculo e a primeira rodada foi um banho de água gelada (digna do inverno europeu) na minha expectativa. Nenhuma partida empolgou. Nenhum jogador sobressaiu. Para quê falar isso? Passar por cri-cri? Achei melhor não. Veio a segunda rodada e nada de emocionante. Jogos truncados. Poucos gols (essa foi a segunda pior copa em média de gols, ficando atrás apenas do mundial de 90 na Itália com média de 2,1 gols por jogo). Faltas feias. Jogos horrorosos. Muitas peladas. Passavam-se as rodadas, as fases e o jogo não evoluía. Sobraram quatro times europeus e eu achei que finalmente veria o tão esperado espetáculo e... Nada. As semifinais foram tão empolgantes quanto o último capítulo de Belíssima. Rolou até um pouco mais de ‘toque de bola’ mas nada além disso.

Da nossa seleção eu nem saberia direito o que escrever no início do mundial. Claro que torcedora que sou, esperava A Seleção. Depois do jogo contra Austrália, eu ainda não entendia como uma equipe podia corresponder menos à soma de seus talentos individuais. O Ronaldo nem me incomodava tanto. Meu problema maior era com o Cafú, o Adriano e o Roberto Carlos. Obviamente a lista foi aumentando no decorrer do mundial. O que, minha gente, o quê esses caras tinham? Me pergunto se eu errasse, em um dia de trabalho, a quantidade de contas ou de documentos na mesma proporção que eles erram passes, eu ainda teria meu emprego no fim deste dia fatídico? Passe, gente. Não estou nem falando de golaços ou dribles fantásticos. Estou me referindo ao básico: passe. Fundamental em qualquer esporte coletivo.

Em minha visão romântica, desejava imensamente ver minha seleção jogando tudo o que os outros não estavam jogando. Mas não. Ajudamos a manter baixa a média de beleza desta Copa. Apresentamos o mesmo futebol medíocre que as outras seleções com o agravante de sermos menos eficientes. Um futebol sem vontade, totalmente diferente do que nos acostumamos a ver. Saímos do mundial de cabeça baixa, bem baixa, escondida sob a bandeira para que ninguém visse nossos rostos. Ficamos chocados com nossa apatia e, pior ainda, apontamos o dedo e esquecemos que apatia não é exclusividade dos jogadores da seleção. Nos tornamos um povo apático, sem poder de reação, sem emoção, exceto quando sentimos o gosto da vitória. Aí sim, mostramos nossa cara, nossa ginga, nosso samba. Nos tornamos um povo exigente, que valoriza apenas o vencedor, todos os outros são perdedores. E nós, quando perdedores, somos do pior tipo porque somos os primeiros a acusar e a abandonar imediatamente os nossos heróis. Nada explica nosso jogo ruim, mas esquecemos instantaneamente de tudo o que alguns desses jogadores já nos deram.


A grande final de hoje à tarde não mudou nada a minha animação. Nesta altura do campeonato (literalmente), eu só queria ver um bom jogo. Como deve ter dito meu pai: “eu quero é ver gol!”. Ficaria feliz se a França saísse vitoriosa pelo simples fato dela ter apenas um título mundial, mas já não me importava tanto com o vencedor em si. Mais uma decepção. Êita joguinho bunda! Na metade do primeiro tempo eu já torcia para que o título fosse disputado nos pênaltis (mesmo sabendo que seria muito mais difícil para a França bater o Buffon). Desta forma, este finalzinho de campeonato serviria para fazer com que a imprensa pare de dizer que 94 não foi um título a ser levado em conta (ai como isso me irrita!). Uma Copa ruim como essa, merece um final assim. Ainda mais coroado com a expulsão de Zidane. Tudo bem que o cara é só um ser humano mas com certeza ele contribuiu para baixar ainda mais o nivel das estrelas. O próximo craque que perder a cabeça já pode se desculpar repetindo que “não foi o primeiro e nem será o último; a vida que segue, blá-blá-blá”.

Que venha a África do Sul!

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa Copa foi fraca demais!
Ah... o Brasil participou?!?!?!