domingo, 20 de novembro de 2005

A Profecia

Há mais de um ano recebi a seguinte tirinha:


Não é que o desenhista foi um tanto profético? Na época ainda pensei nisso, mas depois abandonei a questão, achando que estava colocando a carroça na frente dos bois.

O caderno Boa Chance dO Globo de hoje fala disso. O título da matéria é www.deolhonoOrkut.com (não dá para colocar o link porque semana que vem a matéria sai do ar). Algumas empresas já estão usando o site como ferramenta de auxílio na triagem de candidatos e não escondem o fato. Alegam que o site pode sinalizar se as pessoas são populares, interessadas, antenadas. Baseiam-se nos scraps, nos perfis dos amigos e conhecidos e principalmente nas comunidades.

Especialistas estão divididos. Alguns acham que, uma vez que as informações são públicas, não existe ali, nenhum segredo, logo se descaracteriza a invasão de privacidade. Por outro lado, existem os que acham que as informações disponíveis no site são pessoais e só dizem respeito às pessoas do ciclo de relacionamento do cidadão. Ali estariam informações como, por exemplo, preferência sexual, tópico que, dificilmente, é abordado em entrevistas de emprego. Realmente, não me lembro nunca de sido perguntada diretamente “você é gay?”. Ou mesmo, “qual a sua opinião sobre homoafetividade?”.

A questão é delicada. A matéria pode ser resumida nestes dois parágrafos:
VANTAGENS: Ter uma rede virtual de relacionamentos bem organizada é, para alguns consultores, fator crítico de sucesso. O raciocínio das empresas é que o profissional é popular e pode fazer contatos de negócios.
DESVANTAGENS: O perfil do candidato pode depor contra. Ele pode ser mal interpretado, por exemplo, se, de brincadeira (ou não), fizer parte de comunidades de pessoas que detestam trabalhar ou que adoram uma bebidinha.

Eu prefiro pensar um pouco mais a respeito antes de tirar minhas conclusões. Lembrando
Coração de Cavalheiro, os selecionadores poderão se comportar como Conde Adhemar que diria “você foi, pesado, medido e avaliado; em que mundo você teria sucesso?” ou como o Príncipe Edward, que diria “seus homens te amam; para mim isso basta”.

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