terça-feira, 14 de setembro de 2004

O Papa e o Domingo, Olga, Daflon e o Curso de Francês

Deu no jornal: o Papa lamenta o fato de haver mais esportes do que religião aos domingos. De certa forma eu também. Não pela religião, porque eu acredito que quem acredita em alguma coisa, o faz em qualquer dia e hora, mas pela falta de opções que o domingo nos oferece. Podemos sair de casa e combinar uma praia, um passeio, um bate-papo, uma pizza, uma cerveja, mas vai sempre ter alguém do grupo que vai dizer que tem quer voltar cedo para casa ou mesmo vai pedir pra ligar a TV no bar. Para quê? Pra ver o emocionante Jaú x XV de Piracicaba (ou variações sobre o mesmo tema). Nada contra o futebol, só acho que muita audiência para pouco show. Foi-se o tempo em que valia pena acompanhar o campeonato inteiro. Uma pena.

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Ontem mencionei a palestra motivacional que assisti aqui na empresa na última sexta-feira. Falou de sonhos, de águias e ostras, de vontade de trabalhar e como gostar de trabalhar. Também discorreu animadamente sobre família, amigos e uma grande seleção de valores que deveríamos considerar, repensar e aplicar ao nosso cotidiano. Ontem fui ao cinema assistir Olga (já não era tempo, não?). Sua insistência em ser capaz de mudar o mundo através das idéias e da luta armada, se necessário, acabaram por remeter-me de volta à palestra e também à aula do curso francês do último sábado. Falamos de Egalité, Fraternité, Liberté e Solidarité. Conversamos sobre como esses ideais – a princípio utópicos e distantes – podem ser atingidos e, considerando que são poucos os Prestes e Olgas da atualidade, devemos fazê-lo a partir de pequenas posturas e atitudes no nosso dia-a-dia. Agindo com honestidade, gentileza, responsabilidade, disposição e alegria de viver, entre outros. Tudo isso com muito respeito à vida, à coletividade e à individualidade. Se conseguirmos agir assim, será porque somos verdadeiramente iguais, fraternos e livres. Uma sociedade evoluída de fato, capaz de aprender com seus próprios erros. E então, solidariedade deixaria de ser uma atitude isoladamente necessária.

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